
43 anos do Bico da Coruja: um patrimônio vivo da cultura macaense
Na próxima quarta-feira, 8 de outubro, Macaé celebra com muita alegria os 43 anos do Bico da Coruja, o botequim mais famoso da cidade e que se tornou verdadeiro reduto da música e da cultura popular. Localizado na Rua Benedito Lacerda, 134 – batizada em homenagem ao grande chorão macaense parceiro de Pixinguinha – o espaço é hoje sinônimo de tradição, encontro e resistência cultural.
Mais que um bar, um pedacinho da nossa história
Pequeno, estreito e com paredes que respiram histórias, o Bico da Coruja vai muito além de um botequim. Ali já passaram músicos, poetas, jornalistas, estudantes, escritores e cidadãos comuns que encontraram no lugar um refúgio para a alma. É nesse espaço simples, sem frescura e com cara de bar raiz, que a cidade se reencontra semanalmente em rodas de choro que há décadas dão o tom das quartas-feiras macaenses.

A roda de choro que virou tradição
O que começou como encontros despretensiosos de amigos tocando cavaquinho, pandeiro, violão e bandolim, se transformou na mais tradicional roda de choro da cidade. De Ernesto Nazareth a Chiquinha Gonzaga, de Viriato a Benedito Lacerda, o repertório é uma verdadeira aula de brasilidade. A cada semana, a roda se renova: há dias em que três músicos puxam o som, em outros, mais de vinte se revezam em instrumentos e vozes, sempre num clima de partilha e improviso.

Wallace e o espírito do Bico
O proprietário Wallace gosta de lembrar que não foi ele quem trouxe o choro para Macaé, mas sim quem reacendeu o amor pelo gênero na cidade. Resistindo a qualquer ideia de “modernização” ou “gourmetização”, Wallace é firme: o Bico é assim! Pequeno, acolhedor e autêntico.

Um lugar de música e sabor
Além da música, o Bico da Coruja guarda em seu cardápio duas iguarias que se tornaram lendas: o atum e a sardinha na pressão, preparados de forma simples, mas inesquecível. Uma verdadeira combinação da boa mesa com a boa música, que reforça a identidade afetiva do espaço.
Celebração de 43 anos
Nesta quarta-feira, às 20h, para marcar essa data especial, a Rua Benedito Lacerda será fechada e o público vai poder festejar em grande estilo. Será uma noite de encontro, memória e música, celebrando o legado de um espaço que há mais de quatro décadas mantém viva a chama do choro na cidade.
Mais do que um botequim, o Bico da Coruja é uma resistência cultural. E por trás desse patrimônio está Wallace, o guardião que sempre fez questão de manter o espaço autêntico, sem frescuras, do jeito que conquistou gerações de macaenses e visitantes.
Choro na Rua: 43 anos do Bico da Coruja
📍 Rua Benedito Lacerda, 134, Centro
🗓️ 08/10/2025 (quarta-feira)
⏰ 20h